sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

talvez, às vezes, seja mesmo assim. ou não.


Às vezes acho que é assim. Que carregamos o mundo às costas, tal e qual como a mochila que levamos para a escola. Só que levamos o mundo para a vida, que é a melhor das escolas. É, às vezes acho que é assim. Que a felicidade depende da carga que levamos na mochila, do peso que o mundo tem a cada despertar de um novo dia. A felicidade é leve, dá-nos liberdade de correr para e com ela, sem nada que nos atrase no caminho ou nos puxe para trás. Outras vezes há em que o peso do mundo é tal que nos faz vergar e põe-nos de olhos postos no chão, como quando temos a mochila a rebentar pelas costuras, cheia de livros e cadernos por causa do horário preenchidíssimo. E aí sim, às vezes acho que é assim. Que o que difere os dias bons e felizes dos maus e cabisbaixos não é a força que temos nas costas nem mesmo a tolerância à dor, mas sim a nossa predisposição para carregar o peso do mundo. É lembrarmo-nos que podemos pedir a um amigo que o carregue por nós um bocadinho, ou que não faz mal pousar o mundo no chão por uns minutos desde que lhe tomemos olho, porque ele não vai a lado nenhum - nem mesmo aqueles que viam o mundo plano lhe desenhavam pernas. Às vezes acho mesmo que é assim. Que nem sempre há necessidade de carregar tanto peso às costas, porque uma das disciplinas que vamos ter até nem precisa de um caderno de argolas e capa dura.
É isso, às vezes acho que é assim. Que o mundo é uma mochila da Eastpak, daquelas que têm uma garantia de 30 anos, mas que podem durar uma vida inteira.