sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Descobertas interiores

Estou a dar Fernando Pessoa em português 12º ano. Para já, estamos no ortónimo e ainda não chegamos aos heterónimos, mas não é que descobri que estou mesmo a gostar de Fernando Pessoa?! E o facto de ser a única da minha turma deixa-me um pouco desconfiada (Am I a freak?!). A verdade é que não acho uma beleza anormal nos seus poemas, o que realmente me prende a atenção é aquilo que ele pretende transmitir com esses mesmos poemas. 

Atrai-me a maneira d'ele pensar, e que tanta dor lhe provocava, e a forma como ele põe em evidência esse contraste entre os sentimentos e a razão. Quando racionalizamos os sentimentos, começamos a ser infelizes e talvez seja aqui que reside a chave para a verdadeira e plena felicidade: sentir com o coração, deixando de fora a razão!
Efectivamente, nunca conseguiremos, por mais que tentemos, explicar por palavras aquilo que verdadeiramente estamos a sentir - podemos tentar ao máximo uma aproximação, que nunca corresponderá à realidade total do sentimento por nós sentido! Como ele próprio afirma sob o heterónimo de Bernardo Soares: "(...) o que, afinal, tenho que fazer é converter os meus sentimentos num sentimento humano típico, ainda que pervertendo a verdadeira natureza daquilo que senti." Identifico-me bastante com esta posição, uma vez que venho há muito tempo procurando inspiração para escrever sobre todo o remoinho de sentimentos que me estão a arrasar dentro do peito, e não tenho conseguido encontrar as palavras certas para tal - todas me parecem insuficientes, pequenas demais perante tão ferozes sentimentos - pelo que encontro no poeta uma explicação para o sucedido.

E pronto, é isto: identifico-me com Fernando Pessoa. Gosto e pronto. (You can kill me now)

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