sexta-feira, 2 de julho de 2010

Eras o meu mundo

"Aquilo que me chateia não é exactamente a morte. Aquilo que profundamente me dói, e não posso fazer nada contra isso, é que eu penso que a morte autêntica não tem que ver com esse momento em que uma pessoa passa de um estado ao outro, está vivo e está morto. é outra coisa que se resume assim: 'Tu estavas e agora já não estás'. Isso é a morte."

José Saramago


Sempre pensei que o mundo parasse quando cá não estivesses. A sério. Como poderia ele ter a lata de continuar a girar sem ti? I mean, tu deste-me o mundo. Estendeste-me essas tuas mãos marcadas pelo fado e entregaste-mo. E eu acolhi-o, como se fosse possível. Aceitei carregar o peso do mundo às costas e acreditei que podia fazer dele tudo o que quisesse e bem entendesse, por isso ele nunca me desobedeceria e jamais continuaria a girar sem ti. Enganei-me; enganaste-me, sabes? Não sei se foi ele, ou se fui eu nalgum momento de distracção que o deixei fugir, mas houve esse instante em que tu estavas e passaste a não estar e ele continuou. E outras vidas continuaram dentro dele. Gritei, juro que gritei, mas ele não me deu ouvidos. Foi então que percebi. O mundo deixou de me pertencer nesse exacto momento em que tu deixaste de pertencer ao mundo. Simples, não é?, but yet so painful.

2 comentários:

  1. oh, a frase a negrito está genial. foi como um elo que se quebrou, entre ti e o mundo. já não fazia sentido algo pertencer-te, se a esse algo ele já não pertencia.

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  2. ohh, não, não és só tu que não se fascina por esta saga. e a sério que percebo porquê. até porque esta história nem faz muito o meu género, acredita, mas fui apanhada no meio na altura e fiquei tipo apanhada, achei os livros viciantes e agr vejo os filmes para comparar. mas é como te digo, não é nada de muita qualidade, se começasse a ver agora a saga, como tu, então talvez já não me fascinasse.

    vi o Remember Me, gostei do filme, mas achei o final completamente despropositado.

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